O nome "ferro" deriva do latim "ferrum", enquanto o anglo-saxónico "iron" tem
origem no escandinavo "iarn". Muitas histórias fabulosas se contaram ao longo
dos séculos, descrevendo como o ferro meteórico caía na Terra enviado dos céus
como uma dádiva dos deuses ao Homem. Não é, no entanto, necessária nenhuma
explicação romântica para a descoberta do ferro, se atendermos à facilidade com
que se reduz o ferro a partir dos seus minérios. Diz-se mesmo que o primeiro
ferro produzido foi obra do acaso, quando pedaços de minério de ferro foram
usados em vez de pedras nas fogueiras nos banquetes, onde o fogo era mantido
tempo suficiente para permitir a redução. Seguiu-se a observação que as mais
altas temperaturas obtidas quando o vento soprava, produziam um melhor material.
Tentou-se então conseguir através de várias artimanhas uma rajada de vento
artificial, até se conseguir criar uma fornalha de fundição.
Desde tempos pré-históricos que os utensílios de ferro têm vindo a ser
usados: descobriram-se mesmo alguns em explorações arqueológicas na pirâmide de
Gizé, no Egipto, que têm provavelmente 5000 anos de idade; na China julga-se que
a utilização do aço remonta a 2550 a.c.. Também nos é indicado pelos poetas
védicos que os seus antepassados pré-históricos possuíam o ferro, e que os seus
artesãos já tinham adquirido técnica considerável na transformação de ferro em
utensílios.
Tendo em atenção que os objectos antigos de ferro são muito menos frequentes
que os de bronze, os arqueólogos posicionaram a chamada Idade do Bronze antes da
Idade do Ferro. De facto, o bronze é mais facilmente extraído e trabalhado do
que o ferro, pensando os arqueólogos que deixou de ser o utensílio e a arma
dominante das civilizações cerca de 500 a.C.. A escassez do cobre e a abundância do ferro levou o povo hindu
a desenvolver técnicas de trabalho deste metal, que mais viriam a ser
transmitidas à Europa, onde se salientaram os Etruscos do norte da Itália.
Pouco tempo depois da queda do Império Romano, a produção do ferro
desenvolveu-se bastante na Espanha tornando-se famosas as lâminas de aço de
Toledo e seus artesãos. Estes iriam para a França e Alemanha onde introduziram a
sua peculiar forja catalã, cujo desenvolvimento viria a originar as grandes
fornalhas de fundição. Os produtos da forja catalã eram ou uma espécie de ferro
maleável ou aço; as grandes fornalhas produziam uma variedade de ferro que não
podia ser forjado ou temperado, embora fosse adequado para todos os tipos de
moldagem de resistência moderada.
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