quinta-feira, 15 de agosto de 2013

História da Cidade de Guarapuava

A ocupação dos campos de Guarapuava remonta às grandes questões da expansão territorial em solo americano pelos povos ibéricos, pois, segundo o Tratado de Tordesilhas, toda porção centro-oeste do estado do Paraná deveria ser de comando espanhol. Entretanto, durante a União Ibérica (período em que a coroa espanhola dominou o território português) houve um grande número de incursões rumo ao interior do continente a partir da província de São Paulo, através de expedições denominadas "bandeiras", desta forma, expandiu-se os rios e lagos do estado.
Após a dissolução da União Ibérica, fim da Dinastia Filipina, a expansão portuguesa na América do Sul continuou até chegar as margens do rio da Prata, onde ocorreu a fundação da Colônia do Sacramento, no atual território do Uruguai. Sob efeito desta ameaça expansionista portuguesa é que houve a reformulação do acordo entre os dois países, através do Tratado de Madrid, redefinindo as fronteiras das colônias vinculadas às duas potências da época.
Contudo, a região de Guarapuava continuou sem a presença do domínio europeu até o início do século XIX. A fim de consolidar a posse estratégica deste território, que já havia recebido expedições de reconhecimento no século XVIII, a coroa portuguesa, então sediada no Rio de Janeiro, determinou a organização de uma expedição para ocupar a região através de seu povoamento e garantir a nova fronteira com a Espanha.
A Real Expedição de Conquista e Povoamento dos Campos de Guarapuava, comandada por Diogo Pinto de Azevedo Portugal. Chegou à região em 1 de dezembro de 1787 e fez construir o Fortim Atalaia (onde abrigou as primeiras tropas, seus familiares e povoadores que dela fizeram parte, cerca de 300 famílias). O Fortim Atalaia, construído na região atualmente denominada Palmeirinha, protegeu os componentes da Expedição dos frequentes ataques dos índios, pertencentes às três tribos que habitavam a região (Camés, Votorões e Cayeres ou Dorins).
Entre 1812 e 1859, Guarapuava foi a primeira localidade brasileira a receber condenados ao degredo pela justiça como forma de ocupar a região com "brancos", pois os índios dominavam a matas do interior paranaense .
Oficialmente, a cidade surgiu com a assinatura do Formal de Instalação da Freguesia de Nossa Senhora de Belém, em 9 de dezembro de 1819, momento em que o Padre Francisco das Chagas Lima em concordância com Antônio de Rocha Loures, tenente comandante interino da Real Expedição, determinaram a transferência da freguesia e da Igreja Nossa Senhora de Belém para o local, que segundo o Padre, era o mais adequado para a construção da igreja, a atual sede do município.
Padre Chagas foi uma personagem importante na fase inicial do povoamento, pois procurou iniciar a ocupação baseado em alguns critérios de estética, observando as prescrições contidas na carta régia de 1 de abril de 1809, do Conde Linhares, que já determinava os padrões a serem seguidos pelas edificações. Como ponto gerador do núcleo cita-se a Catedral de Nossa Senhora de Belém, que era um ponto referencial importante para a sociedade da época. O primeiro prefeito de Guarapuava foi o Coronel Pedro Lustosa de Siqueira.
No ano de 1852, no dia 17 de julho, o povoado Nossa Senhora de Belém foi elevado à categoria de vila, ainda pertencente à província de São Paulo. Em 2 de maio de 1859, foi criada a comarca de Guarapuava, sendo José Antônio Araújo de Vasconcelos o seu primeiro juiz de direito. A Vila Nossa Senhora de Belém recebeu foros de município no dia 12 de abril de 1871 pela Lei 271, sendo desmembrada do município de Castro.

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